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terça-feira, 28 de setembro de 2010


Eis uma esquete de teatro construída e encenada pelos alunos da 2ª série em parceria com a professora e eu (da EM André Franco Montoro, no Jardim Santo Antonio, Piracicaba), no Projeto Plantando Sonhos - Grupo Andaime da Unimep com a Secretaria Municipal de Cultura - em 2003. Saudades dessas crianças e dos nossos sonhos, das oficinas, da criatividade e do carinho...



A CONSTRUÇÃO DO BAIRRO


Várias pessoas estão em círculo, longe uma da outra, como se estivessem em suas casas antes de mudar. Um líder (Adilson) vai batendo palma e chamando um a um, que vão se juntando e chamando os demais para construir as casas e o bairro.
Adilson- Olá, bom dia! A senhora está querendo construir sua casa lá, não ? O que acha de convidarmos os outros para apressar isso? Temos até o mês de agosto para terminar.
Leonilda- Sim, essa é uma boa ideia! Estamos mesmo precisando resolver logo essa desapropriação, aqui não posso mais ficar.
Saem e vão chamar outra pessoa.
Adilson- Oi moço! Que tal se juntar a nós para começar a construção do nosso cantinho?
Marco- Sim , é claro! Eu esperava mesmo por isso. Conseguimos desapropriar, agora mãos à obra!
Adilson- Bom dia! O senhor e a senhora querem uma forcinha para apressar a chegada da água? Venham com a gente!
Jairo- Como, não ? é pra já! Depois do loteamento, agora é ir pagando o terreno e construir o quanto antes com a ajuda de Deus! 
Leonilda- Mas olha, temos uma meta: é até agosto pra construir, nem um dia mais!
Josefa ( esposa do Jairo) -  É , e nós não podemos  esperar muito, já fomos até despejados...
Marco- Vamos então!
Nilda ( filha da Leonilda)- Ei você, venha com a gente, unidos fica mais fácil!
 Valéria (moça)- É claro! Tá muito difícil, o material tá caro, o dinheiro tá curto e ainda não tem luz, nem rede de esgoto...
          Outros vão se juntando a eles.
Antonio- (fala de longe) Mas enquanto não chegar a água não podemos fazer nada!
Jairo- Só se formos buscar na bica!
Benedita (chegou depois) Isso é loucura! É muito longe...
Adilsom- É, temos muito o que fazer! E o prazo estabelecido por nós é até agosto, mas toda ideia é bem vinda...
Suzana- (chegou depois)Pra isso estamos aqui, vamos lá, minha gente!
            Resmungam os 4 ao mesmo tempo:
Rodrigo- Juntos venceremos
Benedita- Ah, sim...
Marco- é isso aí!
 Jairo- Vai dar tudo certo...
Maria- Vai ser bem melhor do que o lugar onde eu moro.
            Aos poucos, vão para a coxia e entram com ferramentas (pá, carriola, saco, lata, balde....), outros entram com uma placa(desenho) de tijolo, janela,  e vão colando na parede, como se tivessem construído a parede, o muro, a janela. Cantam uma música. 
            As crianças também ajudam, carregam de lá para cá e brincam ao mesmo tempo (crianças: Debora, Ananda, Daiane J)
            Entra uma velhinha (Ilma) e um menino de cada lado e colocam/penduram um desenho grande (placa/ tipo um quadro bem bonito, de paisagem...) na parede.
Lauro- Graças ao nosso Senhor Jesus, com muito esforço e persistência, chegamos lá!
Éster- Área de risco nunca mais.
Antonio- E aqui não tem córrego que inunda quando chove.
Susana- É pequeno, mas é nosso!
Marco- Agora falta o asfalto.
Maria- Coleta de lixo...
Joana- Ei! Falta um nome!
Adilson- E qual vai ser? Alguém tem uma ideia?
            Ficam andando pra lá e pra cá, pensando um nome.
Lauro- Pau Plantado!
Lucio- Pau Verde!
Alguns- EHHH
Maria- Chegamos aqui e aqui fizemos nossa história.
Alguns- Ai,ai ai
Ester- História!
Cida- Nossa Senhora das Dores!
João- Nossa Senhora do sufoco!
Regina- O nosso padroeiro Santo Antonio!
(Alguns formam uma roda e decidem)
Lucio- Boa! Uma homenagem ao santo...
Alguns – Santo Antonio!
Joana- Ei, e aqui, como foi uma luta, muito suor e fé, que tal Nossa Senhora da Vitória?
Alguns (os 1ºs) formam uma roda bem juntos, conversam...
Jõao- Vitória....
Todos-  Vitória, vitória,  Jardim Vitória!
            Termina plantando árvores e dançando em festa, balançando o líder...(CANTAM).

Poema Teco Teteco

TECO TETECO
Teteco teco nos tamancos
Cocola cola no sapatão
Ziguezague a linha
Agulha na mão.
A onça, dona do couro,
Veio lhe cobrar satisfação.
- O que foi que eu fiz?
- Vim buscar o que é meu!
Ou devolve-me esse sapato
Ou lhe tiro o couro eu.
Tratado o trato feito.
Solado de uma sandália
Sola de um jacaré
Curtido, duro, perfeito
Doeu e ele apareceu sem pé
- Reivindico o que é meu,
Ó sapateiro sem fé
Do contrário, como sua família inteira
E o senhor de sobremesa!
Antes que o senhor me coma.
Sem desfecho pra essa história
O sapateiro cedeu.
- Que usem outro solado
Serei guarda florestal
Voar de teco-teco e tal.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Breve louvação à obra de Ângela Reyes  “Lágrimas e Risos”

            Enquanto eu lia o seu livro, Ângela, sentimentos profundos vieram à tona em minh’alma. A força da protagonista - Gregoriana, sim, ela mesma - é a força de suas decisões e de seus atos, a suavidade de suas palavras, escritas com beleza, e que mostraram-me novos caminhos e ânimos…
            Comparo a sua história de vida à vivência de minha mãe, de minha família, embora aqui no Brasil não tenha ocorrido terremotos como à sua terra natal, Nicarágua; mas outros terremotos tragaram os caminhos de minha família. Após as tempestades vem a bonança, não é? Em cada cair, um levantar; a cada retrocesso, um novo avanço com mais firmeza, fé e coragem. Assim é a vida, né, Ângela?!!
As dores da menina do campo, órfã de mãe e a rudeza do pai; jovem urbana, rebelde e consciente; mulher que ajuda na guerrilha, se questiona e questiona as políticas vigentes em sua época; Ativista em variadas frentes; mãe leoa; amiga solidária de muitos amigos; empresária de sua família e dos próprios negócios; brilha sem medo de falhar e de tentar de novo! Anos luz à frente de seu tempo, Ângela enfrenta os desafios de uma sociedade patriarcal. Poetisa, de sua ira e de seu amor faz a poesia deslizar em nossa língua e em sua língua. Eis Ângela Reyes!              
“Sulco de terra fértil...
Meu ventre
Acolhendo tua semente,
Fluidos e energia cósmica.
Teu sêmen
Expansão dos átomos,
Natureza de embrião recente...
Meu feto.”
Ou
“Numa ocasião em que o ditador fazia proselitismo numa cidade do interior, este carregou nos braços uma criança e disse: olhem como são saudáveis as crianças no meu governo. Após ouvi-lo, o ministro da saúde lhe disse: desce logo essa criança, antes que os jornalistas percebam que a criança não é sadia, a barriga está cheia de vermes.” Estes são alguns excertos do livro.  A descrição da viagem à montanha é também esplêndida, assim como muitas outras lembranças.
Exceto por uma tradução incompleta, o livro é uma obra a ser acarinhada e usufruída!  A foto de criança na capa é linda!
Tive o prazer de conhecê-la pessoalmente na Feira do Livro, em Piracicaba e agradeço por ter-me causado tamanhas emoções e exemplos de vida, quer nas lágrimas ou nos risos.    
                             E-mail da Ângela    alaireyes@gmail.com                          

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Agradeço a você, você mesmo, que tem acompanhado o blog e  cujo apoio é tão gratificante e essencial a uma escritora ou escritor iniciante!
   "O essencial é invisível aois olhos" ( O Pequeno Príncipe).
    Fico feliz com os comentários das leitoras e dos leitores através do e-mail; não há palavras para tanta gratidão e encantamento.
   Poste o seu recado também, se desejar! Obrigada, de coração!!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

TORRADAS NÃO SE DESPEDAÇAM
            -Homero, me desculpe, mas é a quarta vez que deixo a toalha dobrada na cama pra tomar banho e você a guarda na gaveta. É de irritar, sabia?
            -Fica feia aí, sobre a colcha.
            -A colcha azul perfeitamente estendida, sem vincos! - Fala enquanto abre a gaveta, pega a toalha, joga nas costas e dirige-se ao banheiro. Homero puxa e retoma a toalha, a recoloca dobrada na cama, sem ser impedido a tempo e diz  “Pronto”!
            - Que prática! Você poderia ser camareira! Dê-me aqui; entrou rápido no chuveiro, não sem antes virar o pescoço: - seu perfeccionista de uma figa!  Conhecia Homero há dois anos, todavia sabia tão pouco. Este se sentou à cama, cabeça solta entre as grandes mãos em concha, cotovelos nas pernas retesadas. Tinha de estar intacta a torrada. Viu-se menino, o pai sentado à mesa; ele ao seu lado, consertando a torrada partida ao passar geléia de amora. - Perdem-se os restolhos e fica torta, feia, fedelho! - O menino comeu rapidamente os pedaços, temendo que a outra torrada quebrasse enfiou-a na boca em dois bocados sem a geléia. A mãe provavelmente não aprovasse a atitude do pai...Olhou ela de canto para o filho, tão leve que parecia invisível a si mesma; assim era mamãe, disse Homero.
            -O que disse, querido? - saindo do banheiro, retirando os últimos pingos de seu peito de pelos salientes. Põe a camisa azul de cetim e calça clara que delineava bem o belo corpo, aguarda uma resposta em vão. Já Homero silenciara como sempre, vai à cozinha:
            -Vamos tomar um café, Afonso? - Pode ser. - Acariciou o cabelo de Homero sentando-se na banqueta à mesa. Beliscou alguns biscoitos e um pedaço de bolo de laranja que fizera no dia anterior. -Muito bom o seu café! -Olhou para Homero, que, distraidamente procurava juntar as três partes da bolacha salgada que se quebrara.    -Quer que o ajude? diz Afonso levantando-se embaraçado. -Vou fazer um ovo mexido! - Pega o ovo, mira a pia para quebrá-lo, mas sustém o próprio braço que se erguia, impedido por um grito:
-Nãoo!! cuidado! não o bata, vai estragar a casca. É melhor cozinhá-lo.  O outro, amuado e sem entender, larga-o na pia, dentro de uma xícara sem cabo, vai ao quarto, deita-se a meditar, as ideias insistiam em voltar, aquilo não dava mais, era vingança ou neurose? Olhou a mochila, fechou os olhos, enquanto Homero se aproximava com uma suave manta desdobrando-a bem esticadinha, cobriu o corpo de Afonso, como a de um menino.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cena: As 3 Graças ( Espetáculo Nonoberto Nonemorto )


...

Irma – Ma você injua, né!

Lucia- Nem parece da mesma família.

Irma- Nós não somos da mesma família.

Lucia- Mas temos o mesmo sobrenome.

Aurélia- Mas não somos da mesma família. Já expliquei porquê.

Lucia- Explica de novo, porque eu já esqueci. Ou então não entendi.

Aurélia- Não posso. Já não me lembro a explicação que te dei. O que sei é que não somos parentes.

Lucia- Essa salada da parentaiada injua, né?

Lucia/Aurélia- Injua.

“Vó de li”

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Livro Publicado: O Efeito Espacial

  Amigos e amigas! O livro O Efeito Espacial, de Camilo Irineu Quartarollo, está fazendo muito sucesso. É uma ficção muito especial. Encomendas pelo e-mail camilo.i@ig.com.br , entregues via correio, autografado, com depósito de R$ 13,90 ou direto na Livraria Libral e Nobel centro, Piracicaba. Será uma viagem sensacional, acreditem!
           Abduzido e devolvido em miniatura para o seu quintal, rejeitado por não conseguir comunicar-se com os alienígenas. Depois de uma noite escondido no ralo como rato, volta ao tamanho normal e não conta à esposa sobre o "sumiço", mas começa a ter essas recaídas pelo “efeito espacial” ao passar por crises de depressão e de autoestima de forma inusitada, e ele e vai descobrindo uma nova c(C)onsciência de que não é um rato, é... (vide desfecho no final do livro). Obs. Ao lado minha ratinha...lendo. Compre por R$13,90 um livro que você pode dar até para o seu inimigo, rsrsrsrsrs... "Qualquer semelhança entre homem e rato é mera coincidência"(frase atribuída a um rato)