(...) "Neste exato momento, aparece aquele frango de
penas marrons e amarelas, o Vainão, este era
seu nome porque quando a gente o chamava ele não vinha, e quando não chamava,
ele vinha com cara de interrogação.
-
Có có, fez Vainão. Sem entender as palavras do frango, Valentine apalpou seu
papo: - tá muito cheio, mas depois da digestão você vai ser o primeiro a
aprender a ler, pois barriga muito cheia dificulta um pouco. Agora venha me
ajudar, Dé!
-
O que eu faço? Posso ir descalço? Pergunto eu.
-
Claro que pode! Óh, coloque estas vogais para os pintinhos e os gansinhos, que
são mais novos e precisam de mais tempo e paciência para aprenderem.
Olhei
cismado para ela, que ia, delicadamente, colocando as folhas dos livros no chão
com as consoantes e as vogais, próximas aos ninhos de palha de milho espalhados
pelo quintal.
-
Galinhas comem quase de tudo mesmo, disse-me ela, não irão se estranhar com o
gosto das folhas, em todo caso, vamos jogar um pouco de azeite nestes papéis.
Senti
um pouco de ânsia só de pensar, e vi Vainão me olhando de canto, “có có” e
afastou-se, deixando uma pena marrom para trás.
Concluído este trabalho, quando eu
sentia que íamos descansar, chegam meus dois novos vizinhos, curiosos e com
muito gás pra ajudar, ou atrapalhar".
(Extraído do livro
VALENTINE)
Este é o VAINÃO.