- Queridos leitores e leitoras! Esta é uma simples esquete teatral, elaborada no processo de criação do espetáculo Como Vento, do Grupo Andaime de Teatro Unimep. Compartilho-a com vocês...achei bem interessante o enfoque dado ao nômade - retirante, cigano, circense, peregrino... durante as nossas pesquisas (individual, em dupla ou coletiva).
Um casal de ciganos conversam entre si, lembrando dos tempos difíceis de extrema discriminação que sofriam.
Madalena- Roubam galinhas, por que não falavam crianças, logo de uma vez?
Alonso- É, eu bem sei o que passamos nesta caminhada, as humilhações e o desespero. Com nossas crianças ninguém se preocupava.
Madalena- O nosso Zezinho não conseguiu nem estudar, o que esse menino sofreu não é brincadeira...
Alonso- Chamavam ele de ladrão, de porco e era só me verem chegando que as mães gritavam “escondam as galinhas!”
Madalena- Lembra da Carlota, aquela megera altona, que entortou o regador d’água na cabeça do Matias? Só por que ele desfez os negócios do cavalo Veloz?
Alonso- Pudera, queriam que ele comprasse gato por lebre, e ele que não é nada tonto, pulou fora, é claro!
Madalena- Escuta Alonso, deu certo a troca do carro com os Almeida? É um negócio bom!
Alonso- É, mas não se preocupe com os meus negócios, isso é coisa que o homem resolve.
Madalena- Sabe, eu estou enjoada de ficar nesta casa, vamos para a barraca amanhã? Lá eu me sinto mais equilibrada e até mais concentrada para visualizar o destino dos que me procuram.
Alonso- Você tem razão Madalena, eu também me sinto melhor lá, até meus negócios rendem mais, e agora que as crianças já casaram não temos muito que nos preocupar.
Comé que eu pego elas, elas correm muuito, mué!
ResponderExcluirKamilo