Inerte,
o corpo de João jazia
Seu
pai, Jordão, noutro dia se aposentaria
Policial
honesto era a sua profissão
E
agora jorra lágrimas em profusão
João
vinha do cinema
Para
a simples casa em Piracema
Num
flash o tiroteio
O
garoto no meio
Mal
pode virar seu corpo
Correr
nem pensar
A
bala o atravessou
De
modo ímpar não par
Pai
Jordão largou as armas
Sem
serventia na dor
Armou-se
de compaixão
De
compaixão e furor
Acalentando
o belo filho
Num
caixão de rosa em flor
Nada
lhe parece real
Nem
o botão murcho nem a sua dor
Fala
anestesiado
Sua
face negra, cansada
“João, meu filho, irmão!
Trilhará facilmente a sua evolução!
Não verá o egoísmo e a exploração
Não sofrerá violência
Nem corrupção ou torpeza
Será um farol na imensidão”
Finda
assim tal história
Como
tantas iguais por aí
Sem
razão sem memória
Largo
minha caneta aqui
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