Uma partinha do meu livro O Salto das Estrelas, para vocês saborearem e, se for o caso, pedirem mais!
Um espetáculo maravilhoso, juntinhas, as
estrelas aos milhares, piscavam e cantavam, em harmonia.
Mas nem tudo ia
bem, alguma coisa nos incomodava, principalmente quando a Lua estava redonda,
bem cheia! Aí morava o perigo: algumas estrelas, mais sensíveis, sentiam-se
prejudicadas pela forte claridade que a Lua emitia.
Diziam, “esse brilho machuca nossos olhinhos,
ficamos atordoadas e não conseguimos dormir!”.
Já outras, resmungavam, em coro:
- Uf! Nem
podemos repousar! É claro demais!! Nossas filhinhas ficam a chorar, manhosinhas
que são. Manhosinhas que são... – Repetiam elas.
-
Mas, o que fazer? – Indagava a estrela Maior, chamada Gesânea Re. – Sempre foi
assim, desde a época de nossas tataravós.
-
Não! As coisas mudaram por aqui, vovó, nos últimos tempos, sabe?!. – Manifestou
outra simpática estrela. – O clarão da amiga Lua está mais forte que antes. E
nem me olhem assim, pois eu não sei o porquê!
Houve vários
debates, com trocas de ideias entre as jovens, entre as mais velhas com sua
experiência e sabedoria e até sugestões entre as estrelinhas.
Então, o
seguinte plano foi aprovado:
“Faremos uma
escada e chegaremos perto da Lua; aí, juntas, a rodearemos, com muitas, muitas
de nós encobrindo sua forte luz.
Enquanto uma turma dorme a outra turma fica
trabalhando nesta tarefa. Podemos fazer várias turmas e vamos trocando durante
as noites, na semana em que ela estiver cheia”.
- Plin, plin!
(que significa ai, ai, na nossa língua) – Dete Ro! eu não posso ajudar, plin,
sinto muito sono por que brinco o dia todo sem parar! – Exclamou, com toda a
sinceridade, uma minúscula estrela de nome Audinha.
-
Calma, Audinha! Tem muita estrela grande pra ajudar. Pode relaxar! –Falou a
estrela Maior, Gesânea Re, que também adorava rimar.
E lá fomos nós,
colocar o plano em prática! A bola, ou seja, a Lua, estava quase se
completando.
Esticamos nossos corpos estelares, fomos avançando
para cima, encostando-nos umas às outras.
“Que gostosa
aventura, aqui no mais alto a saltar, eu e vocês vamos trabalhar láaa laalalá
lálá...
...Um
passinho aqui, um pezinho lá, gosto de cantar e de dançar, tralalalá! Calcanhar
e pontas, juntos outra vez! - Até logo! Olá, muito prazer, muito prazeerrrrr!!”
Íamos rodando lentamente, em meia-volta, numa alegre coreografia, virávamos e
cumprimentávamos.
A Lua, calada e
tímida, sorriu! Um sorriso largo e redondo contagiou a todas nós, que nunca
tínhamos estado tão perto dela.
Até parece
festa da terra, quando os humanos acendem suas lâmpadas ou velas.
Porém, tudo parecia tão simples e foi se
complicando. Não houve a escuridão desejada!
As estrelas dessa história que estou a lhes
contar não pensaram que, unindo suas luzes, mais forte elas ficariam.
Aliás, elas nem
sabiam que possuíam tanta luz, não conheciam o próprio brilho, nem eu!!
Assim como você
que agora lê esta página possui um maravilhoso brilho, sabia?!!!!
...(continua)
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