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domingo, 26 de junho de 2011

SALVEM AS GALINHAS


 - Queridos leitores e leitoras! Esta é uma simples esquete teatral, elaborada no processo de  criação do espetáculo Como Vento, do Grupo Andaime de Teatro Unimep. Compartilho-a com vocês...achei bem interessante o enfoque dado ao nômade - retirante, cigano, circense, peregrino... durante as nossas pesquisas (individual, em dupla ou coletiva).

            Um casal de ciganos conversam entre si, lembrando dos tempos difíceis de extrema discriminação que sofriam.
            Madalena- Roubam galinhas, por  que não falavam crianças, logo de uma vez?
            Alonso- É, eu bem sei o que passamos nesta caminhada, as humilhações e o desespero. Com nossas crianças ninguém se preocupava.
 Madalena- O nosso Zezinho não conseguiu nem estudar, o que esse menino sofreu não é brincadeira...
            Alonso- Chamavam ele de ladrão, de porco e era só me verem chegando que as mães gritavam “escondam as galinhas!”
Madalena- Lembra da Carlota, aquela megera altona, que entortou o regador d’água na cabeça do Matias? Só por que ele desfez os negócios do cavalo Veloz?
            Alonso- Pudera, queriam que ele comprasse gato por lebre, e ele que não é nada tonto, pulou fora, é claro!
            Madalena- Escuta Alonso, deu certo a troca do carro com os Almeida? É um negócio bom!
            Alonso- É, mas não se preocupe com os meus negócios, isso é coisa que o homem resolve.
            Madalena-  Sabe, eu estou enjoada de ficar nesta casa, vamos para a barraca amanhã? Lá eu me sinto mais equilibrada e até mais concentrada para visualizar o destino dos que me procuram.
Alonso- Você tem razão Madalena, eu também me sinto melhor lá, até meus negócios rendem mais, e agora que as crianças já casaram não temos muito que nos preocupar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O CRIME

- Caros leitores! estou compartilhando com vocês as duas premiações recebidas por este poema:
* III Prêmio Literário Canon de Poesia 2010 (publicado em antologia; há um exemplar na Biblioteca Pública de Piracicaba e em algumas escolas de Piracicaba);
* IV Concurso de Poesia da Costa da Mata Atlântica, 2010 (menção honrosa).
Obrigada por todo apoio recebido concernente à divulgação do livro infantil A Costureira e o Clown. A receptividade tem sido grande, graças aos amigos, leitores anônimos, familiares e às livrarias Nobel! além da força divina, é claro!!Agradeço também ao pessoal do Golp, do Clip e do Sarau Literário, pelo nobre incentivo!


Folhas rebolam
            A tempestade as faz rodopiar
            Como ao som de um rebolado
            Com seus corpinhos frágeis, quase nus
            Meninas-crianças
Sobem e descem
            Simulando um mundo de adultos que um dia serão
            Privadas da infância
Cada vez mais estão.
Agora outra menina grita
Mas seu grito é pelo silêncio dos adultos
Quem lhe deixou sozinha, à mercê de um vilão?
Nenhuma novidade
Só repetição.
Não! Alguém denunciou o caso não casual.
Corre livre a girar a menina,
Mãe.
A tempestade passou...
Mas a ventania agita as folhas da sua vida.






terça-feira, 7 de junho de 2011

O TEATRO ATRAVÉS DA HISTÓRIA - A COMÉDIA DELL’ ARTE

                                                                Ângela Materno de Carvalho



- As companhias começaram a se formar na 2ª metade do século XVI, na Itália, auge no século XVII e declínio no XVIII.
         - Influenciaram Shakespeare, Lope de Veja, Moliere, Beaumarchais, Meyerhold, Barrault, Marcel Marceau e Dario Fo...
         - A Comédia dell’arte influenciou e sofreu influências
         - Fundamente-se no profissionalismo, na itinerância e no frequente convívio  com públicos heterogêneos.
         - 25/2/1545, em Pádua, constituiu uma Fraternal Companhia, 1º registro conhecido de formação de uma trupe de comedia dell’arte; 8 atores firmam contrato de trabalharem juntos em locais diversos, inclusive no exterior.Fixaram-se direitos e deveres além dos fins lucrativos. Previa a criação de um cofre comum, uma caixa com três chaves e que jamais poderia ser aberta sem o consentimento de toda a trupe. Quem deixasse a companhia antes do tempo previsto não faria jus ao dinheiro e pagaria multa. Haveria plena assistência a quem adoecesse e ainda receberia a sua cota. Havia uma estrutura profissional.
-          O termo arte: no italiano antigo significava oficio, profissão. Habilidade especial (a maioria dos atores eram cantores, acrobatas, bailarinos e músicos). Uma indústria, voltada para a elaboração de produtos estéticos.
-           Num contexto de instabilidade política e econômica que são formadas as primeiras trupes, nascidas da necessidade de sobrevivência de pessoas de origens e formações diversas; refúgio dos herdeiros da tradição da cultura cômica popular (bufões, histriões, jograis) de jovens e estudantes com formação humanista e erudita como “novos pobres” buscavam uma profissão.
-          Descendendo dos festejos carnavalescos medievais, das artes dos mímicos romanos e dos cômicos solitários da idade média (bufões, histriões e jograis) também incorpora vários elementos da comédia clássica, tanto à tipologia dos personagens quanto às intrigas das peças.
-          Chegada de mulheres no palco é uma das inovações da C dell’arte. Cada ator, ao entrar, oferecia a sua bagagem: experiências, conhecimentos e habilidades que deveria ser modificado e adaptado ao amplo repertório das companhias que incluía tragédias, pastorais, melodramas e comédias eruditas.
-          Os cômicos dell’arte empreenderam uma verdadeira reforma de base na comedia italiana. Ao textos escritos por atores - dramaturgos chegaram à imprensa e publicados em livro em 1580.
-          Representações baseadas em um roteiro denominado scenario ou canovaccio, a partir do qual os atores “improvisavam”, afixados nos forros dos cenários ou nos bastidores do palco.
-          As histórias giravam em torno do amor contrariado de um jovem casal apaixonado, que para ficar junto, precisava vencer a resistência e oposição de seus pais, e contavam com a ajuda dos criados e de suas invencionices mirabolantes.
-          As trupes agrupavam uma media de 8 a 12 atores.
-          Os papéis/ personagens–tipo foram o eixo estruturador das companhias, mas também um dos elementos propiciadores de sua decadência, pois acomodavam-se em determinadas convenções estagnando o gênero.
-          Divisão doa papeis: - a parte dos velhos ( pais e patrões – Pantaleão e o Doutor);  a parte dos cervos, chamados de Zanni: Brighela e Arlequim; - os enamorados, papeis sérios e não usavam mascaras (Flavia, Lavinia , Isabela, Rosauba, etc.); - Criadas ( Esmeraldina, Colombina); - Capitão (soldado fanfarrão) ou enamorada bufo, ridículo.
-          As máscaras não expressavam dor nem alegria, meia - máscaras inexpressivas.
-          Traços de caráter e de comportamento fixos, garantiam a comunicação com platéias heterogêneas em diferentes línguas e dialetos.
-          1602 – foi publicado pela 1ª vez um canovaccio.
-          O ofício de representar determinados personagens era transmitido de pai para filho, com dinastias.
-          Lazzi: momentos cômicos autônomos dentro da intriga, gestuais ou com palavras, geralmente feito pelo arlequim. Lacci significa “ligações”.
-          Quem socorria os amorosos eram os criados, Brighela (mais esperto e astuto) e Arlequim, mais ingênuo, tolo e atrapalhado.
-          A mascara de Arlequim sempre foi negra e com uma expressão diabólica e animalesca. A roupa de losangos coloridos representaria a variedade de grãos e o florescer das cores na primavera. Arlequim , o chefe dos diabos, populariza-se como um pobre–diabo, parvo e atabalhoado. Já existia desde o século XIII.
-          A C dell’arte não foi um teatro sem texto, mas um gênero de teatro que atribuiu outra função e dimensão ao texto; nem um “teatro de improviso”, nem um “teatro de puro gesto” e havia uma flexibilidade na tipologia do personagem, com variações e adaptações à região, etc.
-          Na França deu origem ao Pierrô.