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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

             Uma partinha do meu livro O Salto das Estrelas, para vocês saborearem e, se for o caso, pedirem mais!

Mas nem tudo ia bem, alguma coisa nos incomodava, principalmente quando a Lua estava redonda, bem cheia! Aí morava o perigo: algumas estrelas, mais sensíveis, sentiam-se prejudicadas pela forte claridade que a Lua emitia.
 Diziam, “esse brilho machuca nossos olhinhos, ficamos atordoadas e não conseguimos dormir!”.  Já outras, resmungavam, em coro:
- Uf! Nem podemos repousar! É claro demais!! Nossas filhinhas ficam a chorar, manhosinhas que são. Manhosinhas que são... – Repetiam elas.
    - Mas, o que fazer? – Indagava a estrela Maior, chamada Gesânea Re. – Sempre foi assim, desde a época de nossas tataravós.
    - Não! As coisas mudaram por aqui, vovó, nos últimos tempos, sabe?!. – Manifestou outra simpática estrela. – O clarão da amiga Lua está mais forte que antes. E nem me olhem assim, pois eu não sei o porquê!
Houve vários debates, com trocas de ideias entre as jovens, entre as mais velhas com sua experiência e sabedoria e até sugestões entre as estrelinhas.
Então, o seguinte plano foi aprovado:
“Faremos uma escada e chegaremos perto da Lua; aí, juntas, a rodearemos, com muitas, muitas de nós encobrindo sua forte luz.
Enquanto uma turma dorme a outra turma fica trabalhando nesta tarefa. Podemos fazer várias turmas e vamos trocando durante as noites, na semana em que ela estiver cheia”.
       - Plin, plin! (que significa ai, ai, na nossa língua) – Dete Ro! eu não posso ajudar, plin, sinto muito sono por que brinco o dia todo sem parar! – Exclamou, com toda a sinceridade, uma minúscula estrela de nome Audinha.
    - Calma, Audinha! Tem muita estrela grande pra ajudar. Pode relaxar! –Falou a estrela Maior, Gesânea Re, que também adorava rimar.
E lá fomos nós, colocar o plano em prática! A bola, ou seja, a Lua, estava quase se completando.
Esticamos nossos corpos estelares, fomos avançando para cima, encostando-nos umas às outras.
Um espetáculo maravilhoso, juntinhas, as estrelas aos milhares, piscavam e cantavam, em harmonia.
“Que gostosa aventura, aqui no mais alto a saltar, eu e vocês vamos trabalhar láaa laalalá lálá...
...Um passinho aqui, um pezinho lá, gosto de cantar e de dançar, tralalalá! Calcanhar e pontas, juntos outra vez! - Até logo! Olá, muito prazer, muito prazeerrrrr!!” Íamos rodando lentamente, em meia-volta, numa alegre coreografia, virávamos e cumprimentávamos.
                A Lua, calada e tímida, sorriu! Um sorriso largo e redondo contagiou a todas nós, que nunca tínhamos estado tão perto dela.

Até parece festa da terra, quando os humanos acendem suas lâmpadas ou velas.
                           Porém, tudo parecia tão simples e foi se complicando. Não houve a escuridão desejada!
 As estrelas dessa história que estou a lhes contar não pensaram que, unindo suas luzes, mais forte elas ficariam.
Aliás, elas nem sabiam que possuíam tanta luz, não conheciam o próprio brilho, nem eu!!
Assim como você que agora lê esta página possui um maravilhoso brilho, sabia?!!!!
...(continua)