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domingo, 20 de janeiro de 2013


FOGO


Encorpado até o topo
Nascente de uma faísca despretensiosa
A arder as vistas
E queimar as vísceras
A tolerar os chuviscos tardios
É tarde!

Os galhos abraçam
Com suas unhas dantescas
O vermelho intenso, quase violeta
Cega as vistas à fauna
Traz a cinza à flora
Que aflora as chamas
É noite!

A não ver estrelas,
Neblina artificial
A Divina Comédia
Que Dante não previra

Fugir quem pode, onde?
Atirar-se num lago ou rio!
Perder-se afogado ou queimar-se,
Em vão! O fogo alcançou a água
Da chuva ácida.
Voar, boiar, rastejar
Correr, saltar. Quem conseguirá?
Uma minhoca soluça dores abaixo da terra, o inferno
O clima árido, maldoso, desequilíbrio perigoso
Escassez de lágrimas e suores. Os humanos impiedosos.