contador

Páginas

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Iniquidade





Inerte, o corpo de João jazia

Seu pai, Jordão, noutro dia se aposentaria

Policial honesto era a sua profissão

E agora jorra lágrimas em profusão

 

João vinha do cinema

Para a simples casa em Piracema

Num flash o tiroteio

O garoto no meio

 

Mal pode virar seu corpo

Correr nem pensar

A bala o atravessou

De modo ímpar não par

 

Pai Jordão largou as armas

Sem serventia na dor

Armou-se de compaixão

De compaixão e furor

 

Acalentando o belo filho

Num caixão de rosa em flor

Nada lhe parece real

Nem o botão murcho nem a sua dor

 

Fala anestesiado

Sua face negra, cansada

“João, meu filho, irmão!

Trilhará facilmente a sua evolução!

 

Não verá o egoísmo e a exploração

Não sofrerá violência

Nem corrupção ou torpeza

Será um farol na imensidão”

 

Finda assim tal história

Como tantas iguais por aí

Sem razão sem memória

Largo minha caneta aqui

 

 

 

SÔFREGO

 

-Ai, tire seus pés imundos de mim!

Sentenciou um tapete vaidoso

 No seu leito de morte.
 
(II Conc de Microcontos de Humor de Piracicaba - 2012)
 

domingo, 2 de setembro de 2012




PRIMAVERA NOS DENTES 


Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
Que no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste.
Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primaveraaaa!!

(Lindíssima Música de Ney Matogrosso/Grupo Secos e Molhados. Amo de paixão esta música, melodia e letra!!)