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quinta-feira, 25 de julho de 2013


“O que estou lendo”, comentários sobre o livro ALÉM DA NOTÍCIA, de NIVA MIGUEL (publicado no Prosa e Verso, Jornal A Tribuna Piracicabana, julho 2012).

Acabei de ler o livro do piracicabano Niva Miguel Além da Notícia e confesso, ri bastante e emocionei-me também. Eis aí um ponto crucial para que eu admire uma obra: o quanto sou tocada por ela!

Com prefácio de Elias Boaventura, projeto gráfico de Emílio Moretti, editado em 2011 por Sulminas Gráfica e Editora, 168 páginas, o escritor, jornalista, professor (mestre e doutor) Oswaldo Miguel (o Niva) tem uma trajetória de vida muito peculiar e rica de detalhes. De menino pobre e vida sofrida na infância, estudou, lutou, se atreveu e venceu. Toda a sabedoria transparece no humor das crônicas, na ousadia de vivenciar cada situação para dar mais vida à sua reportagem, desafiando o medo e o desconhecido para ficar juntinho dos entrevistados, sentir na pele e em todo o corpo o dia a dia dos anônimos, provando que eles também fazem história; os sonhos e a sensibilidade das pessoas mesmo em condições críticas como a experiência de dormir junto aos moradores de rua e compartilhar a comida, o chão e as amarguras, sentindo o que é ser ignorado e invisível (gostei muito dessa reportagem). Algumas das aventuras de Niva: peregrinar até Pirapora; saltar de paraquedas; acompanhar a patrulha; voar num trapézio; ser coveiro, servente de pedreiro e outras crônicas além da notícia que, creiam, são incríveis! Humilde e sem arrogância, Niva confessa seus receios, suas fragilidades e furos diante de certos desafios e deixa fluir a emoção, o que torna as reportagens muito vívidas e instigantes aos leitores. No capítulo “Meu Deus, que sufoco!” quando acompanhou ciclistas de Piracicaba à Limeira, gargalhei muito com os comentários que ele vai tecendo, falando a si mesmo de forma tão espontânea ...quando saí da garagem todo animado empurrando o “dinossauro” morri de vergonha. Ele estava todo equipado, com uma bicicleta que mais parecia uma “Mercedes...Nessa subida, Carlos Iwamoto, 22, o Japonês, também resolveu dar uma força e começou a me empurrar. Que mico! Agora tinha um de cada lado” (p 73).

“Versátil, o autor afirma estilo próprio de realidade e ficção. Seres desfilam em sua reportagem onde a notícia é a própria vida”, afirma Emílio Moretti.

Ah, e obrigada, Niva, pelas dicas das músicas que você ia ouvindo nas viagens de Piracicaba a Assis, onde leciona, pesquisarei algumas delas pois me geraram curiosidade. Faltou aquela reportagem que você fez quando acompanhou a procissão no personagem de festeiro ao lado do meu personagem marinheiro, do Chapéu, do Carlos ABC e toda a turma na peça “Lugar onde o Peixe Para”, do Grupo Andaime de Teatro Unimep, que está completando 25 anos, tenho as fotos guardadas e a sua visão dos bastidores. Alegro-me por ver aquele amigo curioso e competente, hoje também escritor e ainda humano. Abraço.

 


 

 

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